"Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas não faz mais do que existir. A verdadeira função do homem é viver, não existir". (Oscar Wilde)

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Quando a escola é de vidro - Por Fabiane Leal (baseado no texto de Ruth Rocha).


As escolas, e nós educadores, carregam consigo o poder de fazer com que nossos alunos expandam suas potencialidades e desenvolvam suas capacidades ou simplesmente deixá-las de lado, desconsiderando-as.
Vivemos, atualmente, num “admirável mundo louco”, no qual sociedade, escolas, pais e professores fazem questão (ainda que inconscientemente) de manter seus filhos, alunos e cidadãos numa verdadeira bolha de vidro, cerceando qualquer centelha de autenticidade e potencialização das capacidades individuais, que, por sua vez, irão proporcionar o amadurecimento da construção da identidade e autonomia do indivíduo.
De acordo com as convenções sociais estabelecemos regras, limites, demarcações, fronteiras e padrões que atendam a estas convenções sendo que qualquer expressão dissonante destas fronteiras demarcadas como adequadas é tida como um desvio de comportamento e, portanto, fora das regras estabelecidas. O interessante é que na maioria das vezes não percebemos como as circunstâncias podem ser diferentes e na chance que temos de fazer novas e diferentes escolhas, ainda que elas não respeitem as regras das limitações pré-estabelecidas. Por conta disso, não percebemos que as coisas podem ser bem diferentes da forma como nos são apresentadas.
Condizente com esta realidade, as escolas acabam oferecendo aos nossos educandos uma educação castradora, onde nossos filhos são postos em pequenas redomas de vidro, sem que possam se exprimir e serem quem são. Se crescemos sem saber o que é liberdade e o que ela representa para nós, jamais saberemos utilizá-la. O problema é que nós educadores crescemos nesta redoma de vidro. Nossos professores (salvo raras exceções) nos ensinaram que devemos sempre obedecer às regras, ainda que elas sejam desconhecidas e estranhas a nós. Se a ordem é ficar sentado, ouvindo o professor falar e concordar com tudo o que ele diz, então assim o fazemos. Não nos ensinaram a refletir, a expressar a originalidade dos nossos pensamentos, das nossas ideias, dos nossos sentimentos e mais profundos anseios. Jamais fizeram questão que empregássemos a nossa identidade e a nossa autonomia. Como, então, ensinar o sabor da liberdade aos nossos educandos? Como fazer com que eles próprios sejam descobridores dos seus limites (que não serão impostos por nós, muito menos ditados por outros), como torná-los autores dos seus aprendizados e conquistas?
Deixar para trás velhos hábitos e costumes e sair da nossa estúpida zona de conforto é algo que deve ser enfrentado por nós educadores caso não queiramos repetir os mesmo equívocos dos nossos predecessores. Mas para que isso se torne possível é preciso tirar as vendas dos olhos e estar atento à elucidação dos fatos e da realidade, além de se questionar, sempre: - a que propósito estou servindo? Qual o meu papel nisso tudo? E o que posso fazer para mudar, ainda que isso não seja confortável?

3 comentários:

  1. Muito legal seu blog, já está nos meus favoritos^^
    Abraços =)

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  2. Ótima iniciativa!! Os seus textos são autênticos, originais e criticos. A-M-O-M-U-I-T-O-T-U-D-O-I-S-S-O. O conjunto por inteiro.
    Um cheiro irmã linda do meu S2. =^.^=

    Neide

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  3. Grata, meninas!! Este espaço é justamente para socializarmos nossos conhecimentos! Por isso, aceito contribuições sempre!!
    Abraços,
    Fabi :)

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